Cufa e Ministério Público organizam 1º Seminário de
Formação de Redes de Atenção à Criança e ao Adolescente
Evento contará com a participação especial da
presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente (Cedica),
Marcia Herbertz
A Central Única
das Favelas (Cufa) e o Ministério Público de Frederico Westphalen organizam
para o próximo dia 30 de agosto o 1º Seminário de Formação de Redes de Atenção
à Criança e ao Adolescente. O evento tem início previsto para as 14h e será
realizado no auditório da Escola Estadual de Ensino Médio Cardeal Roncalli.
Entre os
objetivos estão promover os direitos das crianças e dos adolescentes e, pela
primeira vez no município, proporcionar aos jovens uma oportunidade para que os
mesmos possam externar suas opiniões sobre o assunto, participando ativamente
dos pontos discutidos e auxiliando na construção das ações e políticas voltadas
a eles.
Aberto à
comunidade, o seminário será, ainda, um espaço de capacitação e debate sobre
formas de articulação e organização não só direcionado a conselheiros
tutelares, membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente (Comdica), e diretores de estabelecimentos de ensino, sejam da
esfera pública ou privada, mas também para todos os integrantes da sociedade.
Entre as
participações confirmadas está a da presidente do Conselho Estadual dos
Direitos da Criança e do Adolescente (Cedica), Márcia Herbertz, a qual abordará
os trabalhos feitos em rede na área e os dos conselhos.
Na ocasião, o
Ministério Público apresentará o funcionamento da Ficha de Comunicação do Aluno
Infrequente (Ficai), um instrumento que estabelece procedimento uniforme de
controle do abandono e evasão escolar em todo o Estado. “Já tínhamos em nossa
programação para 2012 a realização de um evento em que o objetivo fosse incentivar
o protagonismo do jovem. Aliado a isto, sempre trabalhamos em rede, seja aqui
no munícipio, em Iraí ou Rodeio Bonito. Então, a ideia foi reunir todas as
redes que atendem criança e adolescente e os jovens para um seminário. Conversando
com o Promotor Rogério Fava Santos, ficamos sabendo do seu trabalho para
implementação da Ficai e decidimos unir as ações em um só evento”, esclarece o
coordenador da Cufa, Roberto Torres Junior.
Saiba mais sobre
a Ficai
Além de combater
o abandono e a evasão escolar, a Ficha de Comunicação do Aluno Infrequente
(Ficai) objetiva também assegurar o direito de permanência do aluno na escola. Implantada
em Porto Alegre no ano de 1997 por meio de articulações entre Ministério Público,
Secretarias Estadual e Municipal de Educação e Conselhos Tutelares, a Ficha foi
revisada e atualizada em 2011 com a inclusão de novas parcerias.
Conforme Termo
de Compromisso firmado em 29 de agosto do ano passado, as entidades envolvidas
pelo processo são escolas, Secretaria e Conselho Estadual de Educação, Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação-RS, Associação dos Conselheiros Tutelares-RS,
Federação das Associações dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul
(Famurs), Conselho Estadual de Assistência Social e Ministério Público.
O trabalho é
realizado em rede. De acordo com o
Promotor de Justiça Rogério Fava Santos, quando constatadas faltas repetidas do
aluno de 6 a 17 anos, durante cinco dias consecutivos ou 20% de ausências
injustificadas ao mês, o professor deve preencher a Ficha e encaminhar uma via
à equipe diretiva, a qual fará visita domiciliar com o apoio da equipe de
orientação, Conselho Escolar e Círculo de Pais e Mestres (CPM). Se o estudante
retornar às aulas, o educandário e a equipe de orientação escolar, com os
professores, deverão elaborar um plano de recuperação da frequência e do aproveitamento
do aluno. Caso o mesmo não retorne, cabe à equipe diretiva remeter novas vias
da Ficha, arquivando uma para o estabelecimento de ensino e enviando uma ao
Conselho Tutelar e outra à Secretaria Municipal de Educação (SME) ou à
Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
O Conselho
Tutelar deverá, além de desenvolver medidas que visem o retorno efetivo do
aluno no período de duas semanas após o recebimento da Ficai, buscar
identificar as causas da infrequência e, se obtido êxito, informar à escola o
retorno ajustado com o aluno e sua família. Caso o estudante continue a faltar
à escola, o órgão terá de articular a busca ativa e a avaliação da família pelo
Centro de Referência em Assistência Social (Cras) ou pelo Centro de Referência
Especializada de Assistência Social (Creas), bem como elaborar um plano de
trabalho ou atendimento para a criança ou adolescente e sua família. Se ainda
assim o aluno não retornar, o caso será encaminhado ao Ministério Público, o
qual fará a adoção das providências criminais e cíveis. “Não é um trabalho
feito isoladamente, e sim em conjunto pelos órgãos envolvidos”, enfatiza
Rogério.
Segundo o Promotor,
durante o seminário, será proposta a firmação de um Termo de Compromisso entre
as entidades envolvidas na rede em nível de município. “O Ministério Público,
ao ter assumido esse compromisso através de seus promotores de justiça, vai
intensificar sua ação. É uma eleição de prioridade em relação ao trabalho que diz respeito à proteção da infância e da juventude”, complementa.
Cristiane Luza/Assessoria de Comunicação da Cufa-FW
Foto: Cristiane Luza/Ascom Cufa-FW
Conforme o
Promotor de Justiça Rogério Fava Santos, a Ficai visa também assegurar o
direito de permanência do aluno na escola
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